A atriz Regina Duarte chegou a Brasília no início da tarde desta quarta-feira (22), para conhecer parte da estrutura e da equipe da Secretaria Especial da Cultura – mas ainda não confirmou se aceitará o cargo.

Regina Duarte foi convidada pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir Roberto Alvim, que comandava a área havia apenas dois meses. Ele saiu após gravar e divulgar um vídeo com conteúdo nazista, que recebeu críticas generalizadas.

Por meio de suas redes sociais, parlamentares do PCdoB comentaram a possibilidade de a atriz assumir o comando da secretaria.

A líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), diz que a oposição, artistas e a sociedade sempre contestaram a extinção do Ministério da Cultura pelo seu caráter transformador e que não poderia ser “apêndice de outra pasta”.

“Quanto a Regina Duarte, não disse a que veio, sem meta ou proposta. Só a profunda identidade com Bolsonaro”, avaliou a deputada.

Segundo Jandira, o vínculo com Bolsonaro preocupa, mas a oposição seguirá vigilante, propondo políticas de cultura que tenham como base as liberdades de expressão, informação e pensamento.

“Estado não produz ou cria, mas precisa dar instrumentos para potencializar a riqueza cultural brasileira”, lembrou.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) ironizou as declarações da atriz sobre a necessidade de não existir ideologia na área. 

“Principalmente a ideologia do ódio, nazista, responsável pela morte de milhões de pessoas, pregada por seu antecessor na pasta por e muitos apoiadores do governo Bolsonaro. Regina Duarte entrou num pântano em que será difícil não afundar”, afirmou o deputado.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também ironizou a nova secretária pelo fato da atriz ter homenageado São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, com uma foto de Santo Expedito. “E essa será a ministra da Cultura?”, questionou.