Jair Bolsonaro voltou a gerar polêmica em suas lives. Na desta quinta-feira (28), o alvo das críticas foi a fala do presidente da República sobre o procurador-geral da República, Augusto Aras. Segundo Bolsonaro, caso haja uma terceira vaga ao Supremo Tribunal Federal (STF), o nome de Aras é o favorito.

Segundo Bolsonaro, o PGR tem tido importante atuação na agenda econômica e essa "é uma qualidade que pouca gente vê". Os afagos do presidente acontecem em um momento em que sua relação com o PGR tem sido colocada sob os holofotes. Aras é o responsável por dar pareceres e investigar processos envolvendo o presidente e seus aliados e criticou esta semana o STF pelo inquérito que apura criação e disseminação de fake news contra os magistrados – inquérito este que atinge os bolsonaristas.

“A corrupção de Bolsonaro agora é ao vivo, em tempo real. Lembram que esta semana ele fez uma “visitinha” surpresa ao Aras na PGR? Lembram que Aras é quem decide se denuncia Bolsonaro? Pois é…”, afirmou a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC).

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) também criticou o presidente. “Nunca antes na história um procurador recebeu esse tipo de cortejo. É uma coisa muito feia para uma tão importante instituição como o Ministério Público Federal”, disse o parlamentar.

Aras também tem sido criticado por seus pares justamente por ser tolerante em uma série de posturas do presidente. Nesta semana, após operação da Polícia Federal atingir militantes bolsonaristas e apoiadores do presidente, Aras pediu a suspensão do inquérito do STF relacionado ao caso. O procurador-geral também se manifestou nesta quinta-feira contra o pedido feito por três partidos pela apreensão do telefone celular do presidente  Bolsonaro e de seu filho Carlos. Segundo informou a Procuradoria-Geral da República, Aras disse que não cabe a siglas partidárias pedirem diligências no âmbito de inquéritos.

Também circula entre membros do Ministério Público um abaixo-assinado que pede ao Congresso a aprovação de uma proposta de emenda constitucional para tornar obrigatório o respeito à lista tríplice para a escolha do chefe da instituição, e ganhou força, com mais de 500 assinaturas, após a declaração de Bolsonaro. Aras, indicado pelo presidente, não estava na lista.