A identidade cultural brasileira ganhou palco de discussão na Câmara, na manhã desta quarta-feira (14). A Comissão de Cultura (CCult) da Casa promoveu uma audiência pública para debater a instituição do Dia Nacional da Música e Viola Caipira.

A realização do encontro foi uma demanda de Evandro Roman (PSD-PR), João Daniel (PT-SE), Sérgio Reis (PRB- SP) e Jean Wyllys (Psol-RJ). Os parlamentares argumentam que 13 de julho – que seria o dia da viola caipira – é uma data especial porque se comemora o nascimento de Cornélio Pires, bandeirante e expoente do gênero que se destacou como artista da tradição brasileira.

A dupla caipira Zé Mulato e Cassiano representou o gênero musical durante o encontro. “Estamos felizes por a viola ter chegado aqui, ainda mais por um motivo desses – mesmo que para nós isso já devesse ter acontecido há uns 100 anos. Precisamos que a música caipira seja tratada com mais firmeza, mais seriedade. Nós, enquanto músicos, lutamos pela viola como podemos, mas há limites”, pontuou Zé Mulato.    

Jandira Feghali (PCdoB-RJ), membro da CCult, salientou o papel do Parlamento como fomentador da cultura brasileira e na erradicação do preconceito com a música caipira, que, infelizmente, ainda se faz presente.

“Quando a gente não tem identidade, não tem nada. E a cultura é a nossa identidade. Por isso, precisamos reconhecer sua pluralidade. O preconceito é algo real e precisa ser superado. Cabe à representação popular deste país ajudar nesse entendimento, e aprovar um projeto como este é um passo nesse sentido”, defendeu a deputada. 

Entre demais músicos e ativistas culturais, também participaram da audiência o professor de artes da USP, Roberto Nunes Corrêa; o produtor e apresentador do programa Brasil Caipira, da TV Câmara, Luiz Rocha; o fundador do Clube do Violeiro Caipira, Volmi Batista da Silva; e Luiz Faria da Silva, diretor da Associação Nacional dos Violeiros e Violeiras do Brasil (ANVB).


Com informações da Agência Câmara